sábado, 3 de novembro de 2007

ANTES DO NOME

Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensívelmuleta que me apóia.
Quem entender a linguagem entende Deus cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infreqüentíssimos,se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.
(ADELIA PRADO)